GRIS é um game independente de plataforma e aventura desenvolvido pela Nomada Studio e publicado pela Devolver Digital em 2018.Indicado a vários prêmios e vencedor de muitos, como por exemplo, Titanium Awards, Webby Awards, Game Developers Choice Awards e the Game Awards 2019, GRIS aborda com graça e sutileza temas relevantes e importantes como, por exemplo, a tristeza, a dor da perda e as fases do luto.
Confira o trailer a seguir:
A história do game
O contexto do jogo acontece quando a personagem principal perde repentinamente a sua voz. Com isso, seu mundo desmorona e ela se vê fraca e desnorteada, começando assim a sua jornada para ter sua voz de volta.
Para imergir o jogador neste universo e fazer com que ele se sinta na pele da personagem, Conrad Roset, Diretor Criativo da Nomada Studio, utiliza elementos gráficos e sonoros para intensificar a experiência.
Trilha sonora
A trilha sonora de Gris é delicada e vai se adaptando às fases que a personagem principal enfrenta. O ponto chave acontece logo no começo quando a música é bruscamente interrompida no momento em que a personagem perde a voz: isso acrescenta muita intensidade à experiência do jogador.
Pouco tempo depois a música volta gradativamente, até que, no final retoma seu auge quando a personagem finalmente consegue a voz de volta.
Cores
O início do jogo é branco e com cores claras, mas no decorrer das fases, as cores mudam e se intensificam de acordo com a emoção.
Vale ressaltar que na maior parte do jogo a escolha de cores é monocromática, mas no decorrer das fases novas cores são acrescentadas de forma a tornar o cenário mais rico. Uma alusão à monocromia da dor e à totalidade da vida, com todas as suas nuances de cores.
Aqui vemos o preto representando o mal, a dor na forma de uma criatura que toma formas diferentes durante o jogo.
O cenário fica mais colorido conforme a personagem vai chegando mais perto de reconquistar a sua voz.
O vermelho intenso como forma de representar a dor intensa.
Formas
Formas geométricas como círculos, quadrados, triângulos e linhas finas garantem a delicadeza dos cenários.
Repare aqui na espessura das plataformas: passam a sensação de fragilidade. No decorrer das fases, elas se tornam mais espessas à medida que a protagonista avança.
Ao se aproximar do final, os cenários ganham mais elementos orgânicos, menos simétricos e “certinhos” e se tornam mais naturais. Repare também na espessura das plataformas: parecem bem menos frágeis e não transmitem a sensação de que podem se quebrar.
Outro ponto importante a se destacar é a divisão e a simetria: há momentos em que o cenário é dividido horizontalmente com uma linha de maneira proposital. Ao atravessar essa linha, o mundo do jogador vira de cabeça para baixo.
Mais um exemplo de simetria com o uso das cores preto e branco dividindo a tela na horizontal.
Um game para se jogado e sentido
Gris mexe com os sentidos e emoções dos jogadores em todos os momentos. Tudo o que há no jogo, desde a escolha das cores e elementos até a mecânica dos elementos e da personagem foram cuidadosamente pensados e planejados de uma forma muito inteligente e profunda.
A direção de arte com certeza transforma este jogo em algo que merece ser jogado e sentido com calma. Realmente uma experiência que vale a pena!